quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

A derrota do Sporting



Muitas dificuldades em organização defensiva. A velha questão: culpa do treinador ou desconcentração dos jogadores?



sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Scouting: Ser Observador Num Contexto Médio/Baixo


CONTEXTO

A meio da temporada que ainda decorre recebi um convite de um colega de turma, adjunto nos seniores do GD Coruchense, que compete na 1ª Divisão Distrital de Santarém e com claro objetivo de subir ao Campeonato Nacional de Seniores. Fui convidado para ser observador da equipa que defrontam na semana seguinte, sempre que este jogarem no norte do distrito.


PRÉ-JOGO

Importante ir para o jogo a observar já com informação sobre a equipa, desde plantel, últimos onzes, jogadores disponíveis e resultados. Este tem sido um dos pontos em que tenho tido mais dificuldade, as fontes de informação a este nível são diminutas (nem no site da Associação de Santarém existe uma lista de jogadores inscritos). Contudo, ficam algumas sugestões:


>> Internet

Aproveitar a base de dados do zerozero ou mesmo páginas no facebook, muitas vezes dos próprios jogadores. Encontrar uma foto do plantel e ver os nomes identificados, chegar ao campo e tentar reconhecer as caras. Tenho conseguido quase sempre arranjar o nome, número, posição e até uma fotografia para enriquecer o relatório.


>> Imprensa 

No que à análise qualitativa das equipas diz respeito, não tenho em grande consideração a opinião publicada, altamente tendenciosa (opinião em vez de factos). São uteis naquilo que é a ficha de jogo (nome e números dos titulares e suplentes) e no registo fotográfico.
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>> Amigos/Conhecidos

Tenho a sorte de estar numa turma muito ligada ao futebol distrital, uns ainda como jogadores outro já do lado de fora. Dou o exemplo prático da última observação: consegui uma foto do plantel da equipa a observar e pedi a um colega que reside naquela localidade para ver se me conseguia arranjar os nomes. Conseguiu, facilitou-me a preparação do jogo. Antes do apito inicial já tinha nomes, números e posições.



NO JOGO

>> Conhecer a equipa titular antes do jogo começar

Chegar um pouco antes, ver o aquecimento e identificar os jogadores (chego sempre cerca de trinta minutos antes do jogo começar). Os primeiros minutos são onde, normalmente, se identificam mais comportamentos padrozinados, pelo que a atenção deve ter virada para isso e não andar a tentar ver o número do lateral esquerdo, por exemplo.

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>> Observar uma equipa

Sendo o método de observação direta, é preciso definir claramente o que pretendo     observar, isto é, a equipa - para uma boa observação, considero impossível conseguir analisar com qualidade duas equipas durante uma observação direta. Dentro da equipa, identificar o que fazem nos cinco momentos do jogo: processo defensivo, transição ofensiva, processo ofensivo, transição defensiva, esquemas táticos. Não necessariamente nesta ordem, mas estes cinco momentos devem estar separados.


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>> Alterações estratégias

Alterações na equipa durante o jogo. Como joga em inferioridade/superioridade numérica, a desvantagem/vantagem que alterações provoca ao sistema tático, substituições efetuadas.



>> Intervenção Treinador

Dadas as pequenas dimensões dos campos, é muitas vezes possível ouvir o que diz o treinador aos seus jogadores. Muito do feedback dado diz respeito a correções de ordem tática (não esquecer de bascular, por exemplo) ou para a necessidade de mudança de mentalidade (incetivo para defender/atacar).


>> Características individuais

Foi-me pedido que no final do relatório fizesse uma pequena caracterização individual. É a parte que menos gosto por ser bastante subjetiva, isto é, em grande parte do jogo o meu foco diz respeito a comportamentos coletivos, e um lance individual que me tenha chamado a atenção influencia a minha opinião sobre o jogador.


>> Filmagens

Normalmente tento gravar os esquemas táticos, são momentos com muitos jogadores aglomerados e com movimentações diferentes. Ainda existe algum preconceito em relação ao papel do observador, é visto como um inimigo em muito lado. Dou um exemplo: conhecia o treinador da equipa que enfrentava a que queria observar, e sabendo que normalmente não filmam os jogos pedi autorização para filmar, sendo que posteriormente lhe facultava a filmagem. Disse que ia falar com a direção e dava-me uma resposta. Um mês depois, ainda não a tenho. No que podia ter sido uma situação win-win para ambas as partes, fiquei-me pela observação direta e ele sem gravação. São situações para as quais temos de estar preparados e dar sempre uma resposta sem criar conflitos. Se há coisa que aprendi é nunca fechar portas...
Contudo, o meu próximo investimento será a compra de uma câmara, possivelmente uma GoPro. Boa qualidade de imagem, fácil de manusear. Em alguns casos, nem vão saber que estou a filmar. Temos de nos saber adaptar ao contexto.



PÓS-JOGO

Este é o relatório tipo que construi, vou alterando o conteúdo conforme o adversário. Importante conseguir usar um qualquer programa de edição de imagem, no caso utilizo um bem simples mas que me permite fazer o que quero (powerpoint).





segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Primeiro Treino num Contexto Sénior



CONTEXTUALIZAÇÃO

Enquanto a vida mo permitir, vou jogando por divertimento no clube da minha terra, na INATEL. Poucos treinos, jogam os melhores.  Acontece que na última semana o treinador não pôde ir e, como sabem que estou na licenciatura em Treino Desportivo, pediram-me para dar o treino. Podia ir pelo lado simples, seguir o que o treinador normalmente faz (corrida, mobilização, velocidade, remates, jogo), mas já que tive a oportunidade resolvi planear uma  unidade de treino que pudesse fazer face às principais lacunas que identifico na equipa: princípios específicos de jogo no que há racionalização do espaço diz respeito; típica fixação na marcação individual em todos os momentos do jogo. Planeei o treino para 18 jogadores + 2 GR’s, sendo que apareceram apenas 14 + 1 GR. Os exercícios que resolvi aplicar foram já testados por mim e outros colegas no contexto de aula, pelo que escolhi aqueles que sabia que realmente funcionavam, tentando-os adaptar da melhor forma.

O TREINO

§  Fase de Ativação

Objetivo: Mobilização geral (c/ combinações diretas e deslocamento)

Orgânica:  1 passa para 3; 3 devolve a 2; 2 para 4; 4 conduz para o cone ao lado. Deslocamento para onde passou. Igual do lado contrário.

Dificuldades: Claramente a intervenção. Mesmo com demonstração, foram necessários quase dois minutos para que todos percebessem para onde deviam passar e deslocar. Dificuldades técnicas (impossíveis de trabalhar num treino!) na recepção, não houvesse bolas próximas o exercício tinha perdido toda a dinâmica. Solicitada aproximação à bola no momento da recepção.


§  Fase Principal (Divisão em dois grupos, de 6 e 8)

Tendo previsto a participação de 18 jogadores, era para dividir o grupo em três grupos de seis, criando situações de 3x3 em 3 exercícios diferentes, com 10 minutos em cada um.

*resolvi retirar as portas do corredor central, mantendo a obrigação de ocupar apenas dois corredores no momento defensivo

Objetivo: Príncipios específicos jogo (progressão, cobertura of, , espaço \\ contenção, cobertura def, concentração)


Espaço: 25x10

Orgânica: Objetivo de passar em progressão nas balizas; equipa que defende só pode ocupar dois corredores; equipa que ataca dá largura e cobertura/mobilidade ao portador.

Dificuldades: 
Grupo c/ 6 (3x3) _  Rapidez na circulação para o corredor livre (jogador em largura), excessiva procura de passar na porta do corredor da bola. Largura passou em alguns momentos para mobilidade, em resultado de uma deficiente concentração do defesa (espaço nas costas).

Grupo c/ 8 (4x4) _ Não estando durante todo o exercício com o grupo, o facto de ser 4x4 em vez de 3x3 limitou claramente o exercício. Sugeri que cada equipa deixasse um jogador de fora e que fosse entrando, mas para todos participarem no exercício acedi ao pedido. Valeu pela necessária tomada de decisão em função da contenção adversária.


Objetivo: Príncipios específicos jogo (Cobertura/Mobilidade)

Espaço: 30x20

Orgânica: Jogador em cobertura: não pode sair da zona mas pode defender. Jogadores do meio não entram na zona defensiva, mas podem entrar na zona atacante para marcar. Objetivo de passar entre umas das balizas com bola controlada.

Dificuldades: 
Grupo c/ 6 (3x3) _  Foi o exercício que correu melhor, o respeito pela orgânica e, consequentemente, pelos objetivos do exercício. Situações em que foi repetida a circulação: jogador em progressão dá na cobertura, ao mesmo tempo que o outro dá mobilida para a porta do corredor oposto. A capacidade de passe do jogador da cobertura foi decisiva para que isto acontecesse.

Grupo c/ 8 (4x4) _ Com um jogador a mais, resolvi criar uma situação de 1x1 no jogador de cobertura – não era isto o pretendido, mas assim até teve de pensar e executar mais rápido. Na orgânica, permiti que um dos atacantes entrasse na sector atacante, criando 2x1 – objetivo de criar situações de “finalização”, menos preocupação com o aspecto defensivo neste caso.


*Não realizado para não se perder dinâmica entre exercícios (falta de material)

Objetivo:  Mobilidade
Orgânica:  Jogador como avançado: não defende, recebe e finaliza rápido. 2x2 no sector no médio, objetivo de colocar no avançado entre as portas.



Objetivo:  Jogo Holandês

Orgânica:
Equipa que ataca:
Médio-defensivo não passa o limite Médio-centro pode baixar
Extremos em largura
Médio baixa, avançado procura naquela zona.
Equipa que defende:
Médio pode sair da zona (pressão)
Basculação em função da bola (lateral contenção, restantes defesas em linha – concentração)
Recupera a bola tem de passar pela linha para poder atacar.

Realizado: Situação de GR+7x7+GR num sector. O jogador a mais tendo em conta o planeado funcionou como mais um médio-defensivo. A nível de factores de melhoria, a criação de um objetivo para a defesa (passar por uma linha em condução). Depois disto, 7x7 em meio-campo, com muitas situações de finalização


CONCLUSÕES


A nível pessoal, necessário melhorar naquilo que é a transmissão do que é para fazer no exercício e ser mais específico na solicitação do que é pretendido no exercício. Na situação de 7x7 tive de participar, pelo que não foi possível corrigir movimentos ou identificar se aconteciam ao não tanto quanto gostava. No que à unidade de treino diz respeito, preparar-me melhor para aquilo que é a falta/excesso de jogadores, bem como melhorar nas transições entre exercícios (pormenores como coletes, colocação de balizas). Por último, o grupo. Foram recetivos e alguns dos jogadores já pediram que repetisse. Facilitaram a minha intervenção e naquilo que é o empenho no exercício foi bastante útil um dos jogadores mais velhos do plantel, “dando nas orelhas” a quem não tivesse a dar o melhor que podia.

sábado, 10 de janeiro de 2015

O "falhanço" de Mané...



... e a certeza que depois do momento em baixo ser um melhor jogador! Como disse Eric Dier "outra coisa importante é que eles gostam de sejamos nós a descobrir quando fazemos algo errado ou alguma coisa certa, em vez de serem eles na dizer-nos. Isso faz-nos pensar por nós mesmos."


sábado, 6 de dezembro de 2014

Petit e o seu trabalho semanal


"Ao intervalo, no balneário, avisei os jogadores para o perigo da entrada do Carrillo"


E durante a semana, o que treinaste para fazer face a isso? Vindo do mesmo treinador que com 1-1 no Dragão aos 90+2' tem um canto e coloca dois homens na área, afirmando depois que tinha como objetivo vencer aquele jogo.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Scouting: como avaliar um jogador? (por Freitas Lobo)

"Como avaliar um jogador? A questão não é simples. Porque os bons jogadores, esses, vemos todos. O olheiro e o guarda do campo. Com os maus também acontece o mesmo, são fáceis de ver. Difícil é ver o chamado jogador "normal" (que não faz grandes jogadas, nem grandes erros) e tem, afinal, escondida, muita qualidade.

O critério para o fazer não tem uma unidade de medida como velocidade, força, finta ou remate. Está relacionado com a inteligência, Isto é, saber como colocar-se em campo. Ter boa recepção de bola e tomar boas opções sobre o que lhe fazer. Passar, segurar ou avançar com ela. Se, depois, a jogada acaba bem ou mal, é outra questão. A detecção do bom jogador esteve antes, na opção tomada. No problema e na bola.

Quando foi ao seu treino de captação, diz Guardiola que pensou mas como vão reparar em mim, se não sou veloz, não finto, sou magro, não remato e só faço passes? Reparam. Porque o olheiro era sensível à…inteligência. Na maioria, são sensíveis à expressão física. Vêem os bons, os maus, mas escapam os normais que escondem…craques!"


in https://www.facebook.com/luisfreitaslobo?fref=ts