A quatro jornadas do fim o Benfica é praticamente campeão. Num dos
desafios mais complicados até ao término do campeonato, os encarnados deixaram
o brilhantismo de lado (apesar do golo) e abordaram a partida sem correr muitos
riscos, muito por força da disposição tática montada por Jesualdo. Dier e
Rinaudo anularam a construção ofensiva de Matic e Enzo, sendo que os golos
resultaram do mau posicionamento defensivo do Sporting e do génio de Gaitan.
Apesar da diferença pontual, jogo muito interessante entre duas equipas a jogar
para ganhar. Arbitragem não acompanhou o espetáculo.
Jorge Jesus afirma que o 4x3x3 é
o sistema mais fácil de anular, mas hoje não foi um bom dia para demonstrar
essa tese. Com o meio campo leonino bem povoado (dois médios de marcação –
Rinaudo e Dier – e um com liberdade à frente desses dois – André Martins) o
Benfica foi obrigado a explorar novos terrenos de desiquilibrio, as laterais,
de onde resultaram os dois golos. Os primeiros 30 minutos foram de total domínio
do Sporting que, com pressão alta, não deixava o Benfica organizar o seu jogo.
Wolfswinkel (num lance que até sofreu penalty) criou a única situação clara de
perigo dos leões, que viram ainda outro penalty claro ser negado por João
Capela. Na primeira vez que conseguiu uma troca de bola no meio-campo do
Sporting, o Benfica marcou por intermédio de Salvio, que aproveitou da melhor
forma a falta de posicionamento de Joãozinho. Até final do primeiro tempo não
houve qualquer motivo de interesse, o Sporting foi abaixo com o golo quanto até
estava por cima na partida.
Nos segundos 45 minutos o jogo
equilibrou, mas foram os leões que criaram as primeiras oportunidades, com Dier
numa bola parada a obrigar Artur a apertada defesa e Joãozinho com um
cruzamento para a zona entre Artur e Wolfswinkel, que não foi capaz de desviar.
Ao minuto 65 Dier teve de sair lesionado e o Sporting não mais de reencontrou.
O Benfica passou a controlar o jogo, começou a criar desiquilibrios por zonas
mais centrais e foi aí, que após um mau alívio da defesa leonina, Gaitan ganhou
a bola e seguiu para o lance da noite. Fintou, passou, voltou a fintar e, de
primeira, cruzou para Lima que, também de primeira, marcou o segundo da noite.
Até final o Benfica baixou o ritmo de jogo, mas mesmo assim viu o Sporting
criar perigo junto da sua baliza (nova grande penalidade sobre Viola, placado
por Luisão).
DESTAQUES BENFICA:
Luisão esteve muito seguro na
defesa, ganhou praticamente todos os lances de bola parada. Melgarejo e Maxi
arriscaram pouco em termos ofensivos, com o paraguaio a sentir bastantes
dificuldades para travar Bruma no primeiro tempo. Matic foi hoje “apenas”
recuperador de bolas, compensado as alturas em que os extremos não desciam. Gaitan
cheio de confiança, no drible e no passe (não esteve desconcentrado como em
outras ocasiões). Cardozo foi anulado. Lima mais uma vez muito importante no
transporte de bola.
DESTAQUES SPORTING
Ilori e Rojo com prestações
semelhantes, não acusaram a pressão e decidiram quase sempre bem, anulando a
dupla-atacante do Benfica (Lima marca com Boulahrouz em campo). Miguel Lopes e
Joãozinho esclarecidos ofensivamente mas a conceder muito espaço a Gaitan e
Salvio. Dier importantíssimo no apoio a Rinaudo. André Martins ao seu melhor
nível, quer a nível de passe ou recuperação. Capel novamente apagado (em jogos “grandes”
nunca aparece). Bruma durou 45 minutos. Wolfswinkel esforçado.
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