Se há tema que alimenta o
dia-a-dia das peças jornalísticas dos jornais desportivos é a renovação (ou
não) de Jesualdo Ferreira. Sempre com informações contraditórias (no mesmo dia
Record e A Bola apresentavam informações totalmente diferentes) e sem a certeza
do que escrevem, a verdade é que este é um dossier muito bem protegido pela
direção leonina e pelo próprio treinador. Ou então, será que esta desinformação
é sinal de que a própria direção ainda não tomou uma decisão? Não acredito. Por
esta altura Bruno Carvalho e Jesualdo Ferreira já sabem qual será o destino do
segundo. Realizando uma aposta meramente pessoal, acho que o Professor vai
ficar. Porquê?
CONSENSUALIDADE – Jesualdo pegou
na equipa em Janeiro e, na relação jogos disputados/pontos possíveis alcançou
melhores resultados que os antecessores. Em termos de discurso tem sido
realista e convincente, sem meios-termos no que diz e a colocar muitas vezes o
dedo na ferida (arbitragens, atuações de jogadores, etc.). Por esta altura, tal
como a sondagem realizada pel’O Jogo, a sua continuidade é consensual nas
bancadas de Alvalade.
FORMADOR – Nos tempos no Porto
Jesualdo trabalhou Quaresma, Lucho, Falcao, Hulk, Lisandro, etc. Em Alvalade
não terá dinheiro para escolher “matéria-prima”, terá sim de potencializar os
recursos atuais e futuros da formação. Um exemplo do bom trabalho de professor:
a dupla Ilori-Rojo. Nos primeiros tempos com Jesualdo o argentino era
fortemente contestado (tal como no resto da época), parecia muitas vezes
desorientado em campo e pouco concentrado. Ilori nem na equipa B era um nome
consensual entre os titulares. Atualmente formam das melhores duplas do
campeonato, juntando altura, velocidade, capacidade de saída de bola e,
principalmente, potencial. Falei desta dupla porque é o exemplo máximo, mas
podia falar de Dier (sem ele a equipa perdeu equilíbrio), Cedric (antes da
lesão em clara subida de rendimento), Rinaudo (deixou de ser o trinco todo o
terreno para se tornar mais posicional – curiosamente o Sporting deixou de ser
surpreendido em contra-ataque) e, claro, Bruma. Este e Carrillo (tem andado na incubadora)
serão os que maior gozo dará a Jesualdo modelar.
RISCO – Além de que se não
renovar com Jesualdo será alvo de imensas críticas, Bruno Carvalho não pode
correr o risco de apostar num treinador que não lhe garanta estabilidade (que
palavra interessante). Das duas uma: ou sai Jesualdo e contrata um treinador
popular e de reconhecida qualidade (Jesus, Bielsa, …) ou aposta num “novo-Mourinho”
(Fonseca, Vitória, …) que estará sempre dependente dos primeiros resultados. A
aposta em Jesualdo não garante vitórias, mas certamente maior proteção à
estrutura. Até porque a equipa principal não é o principal problema a
solucionar.
Posto isto, seria altura de dar a
minha opinião. Ainda não a tenho. Se é verdade que melhorou a qualidade individual
e coletiva da equipa, a verdade é que se perderam muitos pontos de forma
injustificável (em casa, empate com Guimarães e derrota contra Marítimo e fora
derrota com o Estoril) e mesmo as últimas vitórias surgiram sempre nos últimos
minutos. A sorte procura-se? Sim. O jogo só acaba quando o árbitro apita? Claro!
Mas no Sporting idealizado por Bruno Carvalho os jogos não são resolvidos nos
descontos, essa atitude dominatória tem de existir durante o jogo todo. Mas há
uma coisa que tem de ser dita, o Sporting jogou de igual para igual com Porto e
Benfica. E aí não foi por sorte, foi por mérito e trabalho. Uma decisão
complicada tendo em vista o futuro do Sporting. Ninguém disse que ser presidente
é fácil…
Foi uma pena o Sporting ter deixado cair Jesualdo Ferreira. Leonardo Jardim será uma incognita enquanto que o Professor fez um excelente trabalho.
ResponderEliminarParabéns pelo blog, tem bastante qualidade. Continua!
Abraço